Objetivo é estabelecer uma
política ampla de combate a epidemias. O ministro da Saúde destacou ainda que
não há motivo para pânico em relação ao coronavírus
O ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, disse nesta quarta-feira (5) que vai enviar em breve um novo
projeto de lei para o Congresso para tratar de emergências epidemiológicas. Ele
explicou aos deputados da Comissão de Seguridade Social e Família e de duas
frentes parlamentares, a mista da Saúde e a da Medicina, que o projeto sobre
coronavírus aprovado ontem pelo Plenário foi uma medida
emergencial.
Assista a reportagem da tv
câmara:
Ouça a reportagem, em anexo.
Segundo Mandetta, o novo
projeto deve ter mais de 80 artigos para tratar de temas como quarentena,
tratamento compulsório, questões de fronteira e o direito de ir e vir, que não
poderiam ser discutidas rapidamente.
Coronavírus
O ministro vai reunir secretários de saúde dos estados e das capitais nesta quinta-feira (6) para verificar os planos de ação locais contra a epidemia global de coronavírus. Mandetta fez questão de ressaltar, porém, que, até terça-feira não havia casos confirmados no País e que não há motivo para pânico.
O ministro vai reunir secretários de saúde dos estados e das capitais nesta quinta-feira (6) para verificar os planos de ação locais contra a epidemia global de coronavírus. Mandetta fez questão de ressaltar, porém, que, até terça-feira não havia casos confirmados no País e que não há motivo para pânico.
Ele se mostrou preocupado com
notícias falsas, as fake news, e com a possibilidade de discriminação contra
pessoas vindas da China. "Teve um estado aí que chamou a imprensa e disse
que tinha um caso suspeito. A pessoa pegou um Uber compartilhado e um chinês
espirrou duas vezes, aí concluíram pelo caso suspeito e foram atrás do chinês.
Então, começa a ter uma coisa muito perigosa: discriminação".
Mandetta afirmou que os casos
suspeitos estão restritos a pessoas com febre, sintoma respiratório e histórico
de viagem às áreas afetadas nos últimos 14 dias. Além disso, o vírus tem um
índice de letalidade de 2,1% na China, mas em outros países está em 0,6%.
Portanto, a evolução da epidemia varia com as condições de cada região. O
ministro esclareceu que o vírus não sobrevive no ar e que a contaminação se dá
por gotículas, o que exige uma proximidade maior de uma pessoa que tosse, por
exemplo.
Monitoramento
O deputado Hiran Gonçalves (PP-RR) manifestou preocupação com as fronteiras dos estados do Norte, principalmente com a Venezuela, que continua registrando a entrada de muitos refugiados.
O deputado Hiran Gonçalves (PP-RR) manifestou preocupação com as fronteiras dos estados do Norte, principalmente com a Venezuela, que continua registrando a entrada de muitos refugiados.
Ex-ministro da Saúde, o
deputado Saraiva Felipe (MDB-MG) disse que as situações locais
serão monitoradas mais facilmente no Brasil por causa do Sistema Único de
Saúde. "Se não tivéssemos o SUS, nós teríamos cinco mil e tantos sistemas
de saúde que dificilmente falariam entre si e com os outros níveis de
organização governamental".
A deputada Alice Portugal
(PCdoB-BA) questionou o ministro sobre a necessidade de uma campanha
informativa antes do Carnaval. "No Carnaval há uma aglomeração gigante de
pessoas e não podemos minimizar o trânsito turístico no Rio de Janeiro,
Salvador, Porto Seguro e o redimensionamento do Carnaval em São Paulo, Belo
Horizonte. Então precisamos de plano de contingência. Acho prudente".
Mandetta afirmou que o número
de casos suspeitos é baixo e que não haveria razão para novas medidas. Ele
voltou a indicar, porém, que as pessoas tenham o hábito de lavar as mãos várias
vezes ao dia.
A deputada Carmen
Zanotto (Cidadania-SC) disse que está articulando uma nova vinda do
ministro da Saúde em março para uma comissão geral no Plenário. Além
de aprovarem projeto de lei para combate ao coronavírus, os deputados
autorizaram ontem a criação de uma comissão externa para acompanhar a questão
nos estados.
Reportagem - Sílvia Mugnatto
Edição - Geórgia Moraes
Edição - Geórgia Moraes
Anexo:
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