quinta-feira, 12 de maio de 2022

HEMOBRÁS INAUGURA NOVA FASE E RETOMA SUA VOCAÇÃO NATURAL COM O FRACIONAMENTO DO PLASMA BRASILEIRO

A Parceria Público Privada – PPP, firmada para fracionar o plasma brasileiro, obtido por doação espontânea, publicada no final do ano passado, entre a HEMOBRÁS – Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia e a Octapharma da Europa, uma dos principais empresas a nível global que se dedica exclusivamente ao segmento de medicamentos plasmáticos e recombinantes, já apresenta resultados positivos para o País, para o SUS e, principalmente, para os pacientes, que podem mitigar o acesso, já que os produtos hemoderivados, historicamente convivem com inconstâncias de abastecimento.

Dentre os vários benefícios da PPP a destinação do plasma humano, excedente às demandas transfusionais e disponibilizado para a industrialização, se destaca como um dos mais estratégicos, já que uma vez processado retorna para a população em forma de diferentes medicamentos essenciais, como; albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX. No caso da Hemobrás a ANVISA já publicou os registros dos medicamentos “clone”, com marcas da Hemobrás.

A Hemobrás é uma Empresa Pública Produtora de Medicamentos, criada para processar o plasma industrial em produtos essenciais ao SUS, parte do Complexo Industrial e Econômico da Saúde, tem papel de protagonista e a missão de proporcionar ao País, a tão desejada autossuficiência na produção de hemoderivados,  induzir o adensamento de toda cadeia envolvida, desde as auditorias nos hemocentros, qualificação, validação do “IFA” (plasma humano como matéria prima para produção de medicamentos), qualificação e certificação da infraestrutura logística nacional e internacional, desde recolha nos hemocentros, armazenagem, transporte internacional até a planta na Europa e o retorno com os medicamentos obtidos do processamento do plasma. 

A Governança Estratégica e Corporativa da Instituição foi prejudicada ao longo dos últimos anos, por diferentes orientações político-estratégicas no Ministério da Saúde, más gestões anteriores, litigio com a parceira tecnológica LFB da França (inicialmente contratada para projetar e implementar a fábrica em Goiana – PE, transferindo tecnologia para capacitar e viabilizar o processamento local do plasma brasileiro), mais de uma década de sistemáticos atrasos nas obras, emprego de vultosos investimentos da União, envolvida em inúmeras intercorrências, escândalos e intermináveis pendengas contratuais, regulatórias e de controladoria, finalmente pode celebrar a nova fase.

A nova gestão, recém-empossada (19.04), capitaneada pelo presidente Antonio Edson Lucena, empregado público de carreira e ex-diretor de Produtos Estratégicos e Inovação, que também acumula a Diretoria de Desenvolvimento Industrial é graduado em Farmácia pela Universidade Federal de Pernambuco, é especialista em Tecnologia Transfusional-Fracionamento de Plasma pela Universidade de Bordeaux II (França), mestre em Ciências Farmacêuticas em Produção e Qualidade de Medicamentos pela UFPE e ex-servidor do Hemope que conta com a diretora de Administração e Finanças, Luciana Silveira, crava o início de seu mandato com a publicação 4 novos registros de medicamentos com a marca da Hemobrás na ANVISA. Logo na sequência outro passo importante foi a entrega de Imunoglobulina ao Ministério da Saúde.

Hemobrás entrega 13.319 frascos de Imunoglobulina, fruto do processamento de plasma brasileiro.

Na última segunda-feira (09), 13.319 frascos de Imunoglobulina Humana 5%, chegaram no aeroporto de Guarulhos/SP, oriundos da planta da Octapharma na Europa, onde foram obtidos a partir do plasma brasileiro.

O medicamento é um dos hemoderivados mais consumidos no mundo. O produto chega ao Brasil em um cenário de escassez, que induziu ao País a utilização de medicamentos produzidos na Ásia e importados, sem registro sanitário, com autorização especial da ANVISA.

O hemoderivado é utilizado no tratamento de pacientes com patologias que demanda reposição de anticorpos para ajudar o corpo humano a se proteger contra infecções, incluindo as causadas pelo Covid-19, bem como para o tratamento de algumas doenças autoimunes (doenças em que o sistema imunológico está hiperativo).

Hemobrás, também, entregou à COADI/MS, no último dia 29 de abril, 15.600 de frascos do Fator IX plasmático, indicado no tratamento da pessoa com hemofilia.  Os hemoderivados ao chegar ao Brasil, passam por um processo de controle de qualidade e ficam subordinados a aprovação do INCQS para serem liberados e distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) gerenciado pela Coordenação de Armazenamento e Distribuição (COADI) do Ministério da Saúde.

Parceria exitosa que expõem resultados,  atestam a pertinência, viabilidade, destinação de matéria prima nobre (plasma humano - que retorna em benefício da própria  população), permitem a absorção de conhecimento para produção local, induz o desenvolvimento e adensamento de toda cadeia, gera empregos, contribui para redução de utilização de divisas na importação, reduz a demanda por importações de produto acabado, recoloca medicamentos no âmbito do marco regulatório, racionaliza o processo de aquisição por contratação direta com um produtor público e, principalmente, amplia o acesso da população à medicamentos seguros e eficazes, com marca brasileira.

São projetos como este da Hemobrás para abastecer o País com medicamentos hemoderivados, os do Butantan e Fiocruz com as vacinas, os mAbs que envolvem Biomanguinhos, e tantos outros produtos disponibilizados para programas como DST-AIDS, saúde mental e destinados ao tratamento de doenças “negligenciadas” que consolidam o Projeto de ESTADO, implementado através do Complexo Industrial e Econômico da Saúde para a Produção de Medicamentos e Insumos Estratégicos em Parcerias Público Privadas. 

O País e a REDE brasileira de laboratórios públicos produtores de medicamentos e insumos estratégicos chancelaram seu papel estratégico ao logo de dezenas de anos, em especial em suporte ao PNI e às DST-AIDS, mas recentemente durante a pandemia induzida pelo COVID 19, onde vacinas e testes foram disponibilizados em tempo recorde, garantindo a universalidade do Sistema Único de Saúde e assegurando qualidade de vida a milhões de pessoas.

Mario Sergio Ramalho


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